O Ministério de
Infraestrutura prevê investimentos de R$ 30 bilhões para ampliar a malha
ferroviária do país. Os recursos seriam obtidos por meio de concessões.
Informações foram detalhadas pelo ministro Tarcísio Gomes de Freitas, que
participou hoje do 1º Fórum de Desenvolvimento Sustentável da Costa Verde,
realizado na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), na cidade de
Seropédica (RJ).
Vamos investir R$ 30 bilhões
em ferrovias nos próximos 5 ou 6 anos, disse. O primeiro contrato de concessão
foi assinado no ano passado e envolve a Ferrovia Norte-Sul, no trecho entre
Porto Nacional (TO) e Estrela D'Oeste (SP). Para este ano, são previsas as
concessões da Ferrovia de Integração Oeste-Leste, que ligará Ilhéus (BA) a
Figueirópolis (TO), e a Ferrogrão, projeto com origem em Cuiabá (MT) e término
em Santarém (PA).
O governo planeja ainda
trabalhar por uma mudança legislativa que permita o regime de autorização.
Trata-se de um modelo em que o investidor tem mais liberdade do que no regime
de concessão. Hoje não é possível nós operarmos com autorização nas ferrovias.
No setor portuário, nós já fazemos isso. As autorizações abrem uma nova porta. Vale
para aquele investidor que quer tomar o risco de engenharia, para que possa
empreender e ter a propriedade da ferrovia, ter o benefício da perpetuidade, a
liberdade para definir sua tarifa.
Isso é importante para quem
assume risco de longo prazo e proporciona novos investimentos ferroviários no
Brasil, disse Tarcísio.
Segundo um estudo de 2018 da
Fundação Dom Cabral, a malha rodoviária é utilizada para o escoamento de 75% da
produção no país. As ferrovias respondem por 5,4%. Os impactos causados pela
greve dos caminhoneiros de 2018 expôs a dependência do país do transporte
rodoviário e gerou um debate público sobre a necessidade de se ampliar a malha
ferroviária .
Tarcísio disse que o
Ministério da Infraestrutura tem conversado com todos os setores em busca de
melhorias coletivas. No caso dos caminhoneiros, ele destacou ter abarcado
algumas demandas nos projetos de concessões de novas rodovias como a Rodovia
Presidente Dutra, conhecida popularmente como Via Dutra, que liga o Rio de
Janeiro à São Paulo.
Eu tenho 70 grupos de
Whatsapp de caminhoneiros para vocês terem uma ideia. E eu costumo responder
todas as questões. Dá um trabalho danado, mas é importante porque isso muda um
ponto de vista, às vezes segura uma greve, disse.
Governo atento aos anseios da sociedade
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