sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Indústria ferroviária opera com ociosidade próxima de 90%

A indústria ferroviária brasileira enfrentou, em 2019, um cenário negativo em função de baixos pedidos para as indústrias. Com uma produção abaixo das expectativas iniciais, o setor trabalhou com ociosidade próximo a 90%. A expectativa é que a demanda em 2020 e 2021 seja melhor, o que será proporcionado por projetos que estão em fase de aprovação. Minas Gerais, importante polo produtivo, também deve ter resultados mais favoráveis.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), Vicente Abate, em 2019, foram fabricadas 34 locomotivas, volume que ficou abaixo da projeção inicial que era de 40 unidades, que já é bem pequeno frente à capacidade instalada.
Em 2019, a ociosidade nas indústrias de locomotivas ficou em 86,4%. Duas empresas fabricantes, associadas à Abifer, estão instaladas em Minas Gerais, a Wabtec GE, em Contagem, e a Progress Rail, em Sete Lagoas.
“A produção de locomotivas em 2019 apresentou um volume muito baixo, já que a capacidade instalada é de 250 locomotivas por ano. Como não houve contratos em 2019 e esperamos ter em 2020, estimamos produzir 40 unidades este ano”, disse Abate.
Em vagões, a capacidade instalada é de 12 mil unidades ao ano. Em 2019, estavam previstos a fabricação de 1.500 unidades e, no fechamento do ano, a fabricação ficou em menos de 1.000 unidades. Com a aprovação de contratos em 2019, para 2020, o reflexo já será sentido e a expectativa é alcançar entre 1.500 e 2.000 vagões.
“Depois de 2015, quando foram registrados bons volumes de todos os veículos, e com a recessão que se desenhava no País, as renovações não aconteceram. Por isso, estamos, hoje, com ociosidade dramática de 90% no setor, estamos praticamente parados. Se pagarmos a média dos últimos 10 anos, a ociosidade não fica muito diferente, girando em torno de 70% a 75%”.
Projeções – Para 2020 as expectativas são mais favoráveis, porém, para as indústrias de Minas Gerais, que são fabricantes de locomotivas, a estimativa é que a demanda seja percebida em 2021.
“Há uma perspectiva, em 2020, que pelo menos de vagões de carga melhore. Em locomotivas, embora a renovação tenha acontecido, a locomotiva demanda maior tempo, cerca de 1 ano, então não se consegue fazer no próprio ano um pedido que possa ser entregue no mesmo exercício. Por isso, como não entraram pedidos em 2019, em 2020 ainda teremos um volume baixo, que ficará em 40 unidades, mas para 2021 haverá um expansão”.
A expansão nas encomendas de locomotivas deve acontecer em função da aprovação pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para a renovação antecipada da malha de São Paulo, operada pela empresa Rumo, porém o reflexo será somente em reflexo para 2021.
De acordo com Abate, as próximas renovações já terão reflexos em Minas Gerais. Ele explica que três ferrovias cortam o Estado (a Ferrovia Vitória Minas, pertencente a Vale, a MRS e a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) da VLI Logística) e estão em processo de aprovação e apresentação de projetos no TCU.
Das três, a Vale já apresentou projeto no TCU, que está em período de completo de informações a serem feitas pela ANTT. A expectativa é que o processo seja concluído ainda no primeiro semestre de 2019. A MRS está com projeto para ingressar no TCU e o resultado é esperado para o segundo semestre de 2019. A FCA deve ingressar com projeto no TCU no segundo semestre deste ano e o resultado é esperado para o início de 2021.
“Nós estamos trabalhando com a expectativa positivas. Com as renovações acontecendo e o País crescendo economicamente, há tendência de o mercado melhorar”, disse Abate.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

A Importância do Veículo Leve sobre Trilhos



As pessoas estão cada vez mais exigentes, muito provavelmente porque a cada dia a tecnologia oferece mais, em todos os sentidos! No caso dos transportes, não poderia ser diferente, simplesmente porque, sem querer menosprezar qualquer outra atividade, ir de um ponto a outro é uma das ações mais importantes do ser humano.
O mundo é complexo, o Brasil possui hoje diversas regiões metropolitanas e a tendência é que sejam cada vez maiores e mais numerosas havendo uma grande necessidade de que a mobilidade aconteça de forma cada vez melhor, mais barata, segura, confortável, eficiente e que preserve o meio ambiente.
Dentro desses cenários, um modal que vem se destacando em vários países é o chamado Veículo Leve sobre Trilhos que não temos a pretensão de defini-lo, mas acreditamos seja interessante dizer que no idioma inglês, para denominar esse modal, temos pelo menos 4 palavras: “tram”, “tramway”, “light rail vehicle” e “streetcar”. Tudo isso, em português, dizemos VLT, ou melhor, Veículo Leve sobre Trilhos! Simplificamos demais? Acredito que não.
Talvez, sem querer, acertamos na mosca, pois conseguimos englobar numa única expressão a maior de toda as qualidades do VLT que é a sua versatilidade. O VLT é um trem de dimensões reduzidas, quando comparado ao Metrô, ou Trem Urbano (Regional), e toda sua infraestrutura tende a acompanhar essa sua simplicidade construtiva, que, se por um lado não consegue acompanhar os mesmos volumes de passageiros de seus irmãos maiores, apresenta suas vantagens.
Em primeiro lugar, o VLT pode trafegar com toda tranquilidade no meio dos demais veículos e, por ser guiado pelos trilhos, proporciona um nível de segurança maior, pois, além de sua direção ser independente da habilidade do condutor, sua infraestrutura orienta os demais motoristas aos cuidados que devem ser tomados. Ao mesmo tempo, o VLT pode ser segregado, ou seja, podem existir barreiras físicas que impedem que os demais veículos se aproximem dele, inclusive, se necessário, com pequenos muros de concreto, garantindo assim, um trafegar mais rápido e tranquilo tanto para o trem quanto para os demais veículos.
Quando necessário, o VLT pode trafegar em túneis, fazendo então com que o mesmo tenha uma segregação total, possibilitando velocidades, por exemplo, de 80 km/h ou até maiores! Da mesma forma, pode trafegar em elevados, oferecendo aos projetistas a melhor escolha para transpor determinadas áreas. Para completar, o VLT pode ser fabricado em diversas larguras, a partir de 2,30m (em casos especiais, 2,15m) até 2,65m, e também diversos comprimentos, começando com 18m até 72m (ou até maiores), atendendo assim uma grande variedade de volumes de passageiros, ao mesmo tempo, com uma baixa ocupação do solo!
Como todo transporte sobre trilhos, possui um elevado nível de conforto, principalmente pela estabilidade que o mesmo confere, e sendo de tração elétrica, proporciona acelerações e frenagens adequadas a um trânsito rápido e eficiente, mas também garantindo tranquilidade aos passageiros. Ainda dentro do quesito conforto e versatilidade, temos mais uma qualidade do VLT que é a sua acessibilidade: uma boa parte dos modernos VLTs possuem piso baixo, possibilitando que o embarque e desembarque aconteçam de forma rápida, tranquila e segura ao nível da calçada, ou, em determinadas situações, até mesmo ao nível da rua, pois o VLT pode também trafegar a velocidades bastante reduzidas, nas zonas de pedestres! Isso faz com que as paradas do VLT possam acontecer em pontos estratégicos, proporcionando aos usuários um tempo porta-a-porta altamente competitivo, inclusive em relação ao carro!
O VLT pode trafegar em leitos gramados, ou seja, os trilhos podem ser assentados de maneira que possibilite o plantio de grama tanto no meio quanto nas laterais, proporcionando um embelezamento ímpar em determinadas regiões, particularmente quando existe um contraste entre o verde, o asfalto e o concreto. Além disso, o leito gramado proporciona um aumento na permeabilidade do solo, contribuindo com a redução dos efeitos das enchentes, reduz as ilhas de calor possibilitando temperaturas mais agradáveis e um índice de umidade mais adequado, além de colaborar com a redução da poluição causada por outros veículos, funcionando como um depósito de partículas que ficariam suspensas, e poderiam ser inaladas pelos frequentadores e habitantes daquela região.
Outra singularidade do VLT, é a possibilidade de diferentes designs, que acabam caracterizando uma determinada cidade, fazendo com que ele muitas vezes seja um símbolo, um “orgulho” para seus habitantes, que, em determinadas situações, podem participar da escolha final do mesmo. Constata-se em diversas cidades onde o VLT é utilizado, que ele é um meio de transporte de grande atratividade, sendo o design, muito provavelmente, um dos fatores que pode ajudar a “conquistar” novos passageiros! Em termos de sustentabilidade, o VLT apresenta um altíssimo rendimento energético, pois sua leveza e modernidade, aliadas a um grande desenvolvimento tecnológico, fazem com que relativamente pouca quantidade de energia seja necessária para movimentar grande quantidade de passageiros, e, por ser elétrico, o mesmo é isento de poluição.
Vale ressaltar que o contato roda de aço x trilho é muito mais eficiente que o pneu x asfalto, e a geração da eletricidade que o mesmo irá consumir, poderá vir de fontes não poluentes como a eólica e a solar. O VLT moderno é um sistema de transporte extremamente importante para a atualidade das cidades de médio e grande porte, que precisa ser analisado cuidadosamente e com a devida profundidade nos projetos de corredores de transportes, pois, em muitas situações, quando toda a sua potencialidade for considerada, como podemos observar ao redor do mundo, deverá ser o melhor custo x benefício.

Este artigo foi originalmente publicado no site da AEAMESP, em 14/06/2018.


terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Um trem de 100 vagões ajuda a retirar 357 caminhões das estradas do País

A questão ambiental é um dos principais diferencias das ferrovias frente a outros modais. As emissões de dióxido de carbono (CO2) e monóxido de carbono (CO) dos trens de carga são muito inferiores às dos caminhões. Esses gases liberados pela queima dos combustíveis fósseis são responsáveis pelo aumento do efeito estufa, que causa mudanças climáticas, como a estiagem, que pode ocasionar a seca e até a desertificação de áreas produtivas, sem contar os problemas de saúde na população.
Segundo estudo elaborado no início da década pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), as emissões do transporte de carga somaram 67,95 milhões de toneladas de dióxido de carbono. O modal rodoviário respondeu pela emissão de 62,5 milhões de toneladas de CO2, equivalente a 92% do total. As emissões de CO2 pelo transporte ferroviário foram de 3,4 milhões de toneladas, somente 5% do total.
Além disso, é importante lembrar que os vagões de carga contam com uma capacidade maior de transporte, diminuindo o número de caminhões que transitam nas estradas e nos centros urbanos. Um vagão transporta 100 toneladas contra as 28 toneladas de capacidade de um caminhão. Ou seja, cada vagão movimenta o volume de quase quatro caminhões. Na prática, um trem composto de 100 vagões substitui 357 caminhões.
Simultaneamente, as empresas associadas à ANTF desenvolvem uma série de ações de responsabilidade ambiental, como campanhas educativas junto à população do entorno de suas malhas ferroviárias e aos usuários de transporte rodoviário sobre as consequências de jogar e/ou depositar lixo nas vias, entre outras ações com as comunidades e colaboradores.

Fonte: ANTF

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Governador do Rio diz que pode construir Linha 3 do Metrô Rio



O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, disse que deve decidir entre implantar a Linha 3 do metrô ou a estação das barcas de São Gonçalo.

 “Sei da dificuldade de quem sai daqui e vai trabalhar no Rio de Janeiro. É um transporte caro, é um transporte lento. Estamos estudando a questão já há algum tempo e este ano vamos definir se é melhor colocar as barcas ou a Linha 3”.

O projeto da Linha 3 foi apresentado na década passada, e previa a implementação do trecho entre Arariboia e Visconde de Itaboraí. Prevê que mais de 700 mil pessoas sejam beneficiadas.

O eixo metroviário foi apresentado pela Secretaria de Transportes e pelos engenheiros e consultores responsáveis pelos estudos necessários para a realização da obra, durante audiência pública, realizada na Câmara Municipal de Niterói.

Fonte: Via Trolebus, 27/01/2020

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

CBTU transportou 157 milhões de passageiros em 2019


O balanço do movimento nos transportes operados pela CBTU registrou um alto número de usuários em 2019. Somadas, as superintendências de Belo Horizonte, João Pessoa, Maceió, Natal e Recife alcançaram a marca de 157,3 milhões de passageiros transportados. Em termos de comparação, essa quantidade é superior à população de países como a Rússia e supera em mais de três vezes o número de habitantes da Argentina, o que demonstra a força e a importância da CBTU para a mobilidade urbana nacional

Foto: CBTU


Nos últimos 12 meses, Recife contabilizou 94,4 milhões de passageiros transportados. Em Belo Horizonte, o quantitativo ficou na casa dos 54,4 milhões. Natal registrou 3,6 milhões de usuários, seguida por Maceió (2,6 milhões) e João Pessoa (2,1 milhões). 

Considerando todas as regiões atendidas, a média por dia útil foi de 521 mil passageiros utilizando o sistema metroferroviário da CBTU, que comporta uma frota de 150 veículos, entre Trens Unidade Elétricos (TUEs), locomotivas diesel e Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs).O número total de passageiros transportados em 2019 possibilitou ainda um aumento na arrecadação de valores advindos da cobrança de tarifas, superando em aproximadamente R$ 17 milhões as cifras arrecadadas no ano de 2018.
Fonte: CBTU, 18/01/2020


Trem-bala ainda vai esperar


A retomada do projeto do trem de alta velocidade entre Rio e São Paulo vai esperar um pouquinho. O governo não quer tratar do trem-bala antes de vender os aeroportos de Congonhas e Santos Dumont, para não desvalorizar os terminais cujo maior atrativo é exatamente a ponte-aérea entre as duas cidades.

Fonte: O Globo 

Alemanha vai investir 86 bilhões em suas ferrovias

Acordo entre governo alemão e companhia Deutsche Bahn deverá modernizar e tornar mais eficiente malha ferroviária do país, fazendo com que mais passageiros troquem carro e avião por trens.

O governo alemão e a operadora de serviços ferroviários Deutsche Bahn (DB) assinaram nesta terça-feira (14/01) um acordo bilionário para modernizar a malha ferroviária do país.
Ao longo dos próximos dez anos, serão investidos 86 bilhões de euros (cerca de 400 bilhões de reais) na modernização da rede. A maior parte do dinheiro sairá dos cofres federais, que arcarão com 62 bilhões de euros, enquanto a DB deverá investir 24 bilhões de euros.
Isso implica um gasto anual médio de 8,6 bilhões de euros para renovar trilhos, pontes e estações ferroviárias, controles de sinalização, garantir acessibilidade, além de dobrar o número de maquinistas e passageiros até 2030.
O projeto faz parte dos esforços da Alemanha para intensificar medidas visando reduzir as emissões de CO2, na luta contra as mudanças climáticas. Além disso, há anos o Fundo Monetário Internacional (FMI) e os países da zona do euro instam Berlim a gastar mais para estimular a economia do bloco.
A Deutsche Bahn também está lutando com uma participação de mercado em declínio, no setor de frete. O programa acordado representa um aumento de 54% de investimentos em relação ao período 2015-2019, disse o governo.
Por ocasião da assinatura do acordo, o ministro alemão dos Transportes, Andreas Scheuer, e a diretoria da DB falaram de uma ofensiva histórica de modernização. "Será a década dos trilhos. Espero que a Deutsche Bahn aproveite esta oportunidade", declarou Scheuer, observando que o serviço deve se tornar mais pontual, eficiente e melhor.
A reputação do país de gerir uma rede ferroviária eficiente e pontual ficou abalada nos últimos anos. Em muitos pontos dos 33 mil quilômetros de extensão da malha ferroviária alemã, há grande necessidade de investimento nas instalações parcialmente danificadas. Nas principais rotas, pontes que remontam ao último imperador alemão, há mais de 100 anos, precisam urgentemente de reparo. Muitos trilhos também estão deteriorados, o que é uma das razões para os atrasos e outras interrupções.
A Deutsche Bahn desempenha um papel importante no programa de proteção climática de Berlim. O objetivo é fazer com que mais passageiros troquem o carro e o avião por um transporte ferroviário mais ecológico. Para tal, o Imposto sobre o Valor Agregado (IVA) nas rotas de longa distância foi reduzido no início do ano, deixando as passagens mais baratas.
O presidente da empresa, Richard Lutz, enfatizou, no entanto, que as melhorias precisarão de tempo, e que as restrições para os passageiros devido ao maior número de canteiros de obras deverão ser reduzidas através de uma "construção favorável ao cliente".
Vozes críticas
Alguns duvidam, contudo, se o novo contrato de serviço e financiamento entre o governo alemão e a Deutsche Bahn vai realmente propiciar melhorias visíveis para os passageiros.
O político verde Matthias Gastel, especializado em assuntos de transportes, falou de uma "operação de emergência" para evitar um colapso iminente na malha ferroviária alemã: devido a décadas de subfinanciamento crônico das ferrovias, haveria um déficit investimentos de mais de 50 bilhões de euros, e "levará de 15 a 20 anos para que seja eliminado o gargalo de investimentos provocado pela coalizão de governo em Berlim".
Em troca dos subsídios estatais, a DB, enquanto proprietária da malha ferroviária, deverá apresentar relatórios sobre sua situação e desempenho. A empresa se encontra altamente endividada, o transporte de cargas registra perdas. Além disso, nos últimos meses ela foi abalada por uma disputa de poder interna.
Ainda no primeiro semestre de 2020, o ministro Scheuer pretende realizar uma reunião de primeiro escalão para discutir questões fundamentais sobre a DB. O encontro deverá abordar, em primeira linha, as complexas estruturas da empresa.
Fonte: Site Deutsche Welle, 15/01/2020


Trem Intercidades volta a ser discutido em audiências a partir de abril

Os municípios que serão cortados pelo TIC (Trem Intercidades), que ligará São Paulo a Americana, passando por Campinas, terão audiências públicas em abril para discutir os impactos ambientais e sociais do projeto. As consultas devem começar pelos municípios envolvidos com a primeira parte do projeto, que envolve as regiões metropolitanas da Capital, Jundiaí e Campinas. Depois, serão feitas audiências na Baixada Santista e na Região do Vale do Paraíba, que devem fazer parte do projeto no futuro. 

A construção do modal de transporte, que está há 16 anos no papel e já teve pelo menos quatro projetos diferentes, deve ser licitada até o final do ano. A expectativa é que o eixo de Campinas a São Paulo seja viabilizado por uma PPP (Parceria Público-Privada), que incluirá a implantação do TIC e a operação, manutenção e conservação da Linha 7-Rubi.
A estimativa é que esse trecho custe pelo menos R$ 7 bilhões, mas em reunião em Campinas com o Conselho de Desenvolvimento da RMC nesta terça-feira (21), o secretário executivo da Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado, Paulo Galli, se esquivou de falar em valores. 

O deputado estadual Rafa Zimbaldi (PSB-SP), presidente da Comissão de Assuntos Metropolitanos e Municipais da Assembleia Legislativa, explicou que a organização das audiências começa em fevereiro. Vão participar a população, a Secretaria de Transportes Metropolitanos e o deputados que participam da comissão. O trem intercidades é prioridade da comissão e deve ser o foco da nossa pauta. O grupo espera que o edital de licitação saia em junho. 

RAIO-X 

Na reunião, Galli apresentou detalhes do funcionamento dos trens. A primeira fase do TIC vai construir a ligação da estação Barra Funda, na Capital, até Campinas, utilizando a Linha-7 Rubi. O serviço expresso que percorrerá 100 quilômetros em uma velocidade média de 95 km/h até Campinas, sairá de São Paulo e fará uma parada em Jundiaí, em um tempo estimado de viagem de 1 hora e 5 minutos. Esses trens terão capacidade para até 500 passageiros sentados. 

Já o chamado serviço parador terá nove paradas em 65 quilômetros, saindo de Francisco Morato e passando por Botujuru, Campo Limpo Paulista, Várzea Paulista, Jundiaí, Louveira, Vinhedo, Valinhos e Campinas. Os trens farão a viagem em 1 hora e 8 minutos. A fase 2, de Campinas a Americana, terá 36 quilômetros. 

Haverá um período de transição da linha da CPTM até a concessão, e para o TIC serão necessárias intervenções e obras nos trilhos entre Jundiaí e Campinas concedidos pelo governo federal e por onde passam os trens de cargas.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Conhecendo o Brasil pelas janelas dos trens turísticos

Desde os anos 1950, quando o plano desenvolvimentista de Juscelino Kutbitschek privilegiou o investimento rodoviário em detrimento da malha ferroviária (até então, a terceira maior do mundo), conhecer o Brasil de trem deixou de ser a opção mais óbvia. Mas nossa malha ferroviária continua a oferecer atrativos surpreendentes, como paisagens deslumbrantes, além da aproximação com antigos eixos da economia nacional.
Caso da linha na Serra do Mar, no Paraná, que liga Curitiba à cidade histórica de Morretes. Da Maria Fumaça de Campinas, que faz o trajeto até a vizinha Jaguariúna. E do Trem das Águas, que vai de São Lourenço a Soledade de Minas.
Hoje, o país tem 31 trens turísticos em operação, segundo a Associação Brasileira de Operadores de Trens Turísticos e Culturais (ABOTTC), e há quase uma dezena de outros trechos em fase da avaliação ou prestes a iniciar as operações. Com isso, o Brasil fica na condição de 14º país com maior oferta de trens turísticos no mundo, o que entusiasma viajantes e empresários: os ramais em atividade devem transportar este ano cerca de três milhões de passageiros, 1,5 milhão deles pelo Trem do Corcovado.
Para tornar os roteiros mais conhecidos e conciliar oferta e demanda, a ABOTTC e o Sebrae mantêm, desde ano passado, o programa "Trem é turismo". A ideia é ampliar os serviços e elevar o número de turistas em 15% em dois anos. No primeiro ano, o aumento já foi de 7,5%. A metade restante é rateada pelas demais operadoras - tão diversas quanto ONGs, associações de preservação ferroviária, prefeituras e concessionárias.
Geralmente são pequenos trechos, de poucos quilômetros, que aproveitam a via férrea, operada e administrada por transportadoras de cargas. Coordenador do projeto, Luiz Carlos Barboza, representante da ABOTTC, reconhece que o potencial do turismo ferroviário é subaproveitado.
- Os números do setor e do país mostram que esse é um índice muito pequeno: em breve, podemos dobrar o número de trens em operação e mais que triplicar a quantidade de passageiros, para dez milhões em dez anos - acredita Barbosa, para quem o Brasil "ainda tem muita história a mostrar por meio de seus trilhos".

TREM DE LUXO LIGA CURITIBA A MORRETES

Com boa infraestrutura e central, Curitiba é o cenário adequado para quem pretende iniciar a experiência do turismo ferroviário sem grandes dificuldades. Reconhecida internacionalmente por abrigar o Museu Oscar Niemeyer (MON), que exibe mostra permanente sobre obras do arquiteto, e pela eficiência de seu sistema de transporte urbano, a capital paranaense surpreende também o turista com uma atração pouco visitada: é ponto de partida para o único trem de luxo do país. Na estação de embarque, localizada em frente à Vila Capanema, um vistoso tapete vermelho é colocado para o acesso dos turistas à litorina, um carro de passageiros com motor próprio, que faz o percurso, marcado pelas belas paisagens da Serra do Mar paranaense e pelo conforto.
As baixas temperaturas tornam o passeio semelhante aos itinerários ferroviários da Europa. Mas, por aqui, a combinação entre o requinte encontrado nas litorinas e a beleza natural do itinerário fazem do roteiro uma experiência bem brasileira.
Com capacidade para até 22 pessoas, as litorinas Foz e Copacabana, batizadas com os nomes de dois dos mais famosos pontos turísticos do pais, têm decoração inspirada nos anos 1930, com peças compradas em antiquários, como as poltronas, forradas de couro e veludo, além de um assento extra para casais: a namoradeira. Logo no embarque, o passageiro recebe uma taça de espumante, para brindar ao passeio.
O percurso de 110 quilômetros até a cidade histórica de Morretes é feito em três horas e meia. O tempo, longo para a distância, é justificado pelo intenso ir e vir de trens de carga que passam pela ferrovia, em direção ao Porto de Paranaguá, o mais movimentado do Sul do país. Frequentemente, o maquinista precisa parar e liberar a passagem para trens com vagões que parecem intermináveis.

'FLUTUAR' EM MEIO AO VERDE

Mas vale a pena esperar pelos atrativos que virão, como os 118 metros de extensão da Ponte São João, construída em aço belga em 1885, sob uma altura de 55 metros, que tira o fôlego dos visitantes por tornar olhar para baixo uma tentação quase irresistível. E como o Viaduto do Carvalho, um contorno de 900 metros de extensão, erguido sobre rochas, que dá ao passageiro a sensação de flutuar em meio ao verde.
Na versão noturna do passeio, muito comum em datas comemorativas, como dias das Mães, dos Namorados e dos Pais, predominam os casais. E o trajeto é mais curto: são apenas 20 quilômetros, feitos geralmente em 40 minutos. Durante as viagens, a tripulação serve um jantar.
Quando não são as faraônicas obras da arquitetura que despertam a atenção do visitante, é a natureza quem o faz, com a exuberância da Mata Atlântica paranaense, que tem no trajeto um de seus trechos mais preservados. Na chegada a Morretes, o passeio ganha status de festival gastronômico: é praticamente obrigatório escolher um dos restaurantes da cidade para degustar o barreado.
O prato típico da cidade, trazido pelos colonizadores portugueses há cerca de 300 anos, consiste numa receita que atravessa os séculos e resiste intacta: uma carne desfiada cozida por 12 horas no próprio vapor, em panela vedada, com tempero abundante. A iguaria é servida com farinha de mandioca, misturada como pirão, e fatias de banana assada ou frita.
Se a bebida que acompanha o prato pode variar conforme a preferência do comensal, a indicação dos garçons, orgulhosos da produção da terra, é sempre a mesma: cachaça. A região de Morretes tem forte produção de cana-de-açúcar e abriga alambiques que, de tão famosos, foram parar nos dicionários. Em alguns deles encontramos o verbete "morretiana" como sinônimo do tradicional destilado de cana.

VLT 'CAIPIRA' ESTÁ À VISTA

De acordo com a ABOTTC, a oferta de trens turísticos vai aumentar em 2016. Está previsto, para março do ano que vem, o início das operações do Trem Caipira, de São José do Rio Preto (SP), ligando o centro da cidade ao distrito Engenheiro Schmitt, famoso pelos doces artesanais. O percurso, de 10,5km, levará meia hora. Mas esqueça os trens antigos e com vagões-restaurante: o passeio será feito em Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), para 58 pessoas.
No Rio espera-se para janeiro a reinauguração do Trem Serra Azul, que vai ligar Miguel Pereira à localidade de Portela, um trecho de 5km. Em abril, será a vez de o Trem da Terra voltar aos trilhos, entre Três Rios e Cataguases (MG), passando por sete cidades, cobrindo uma distância de 180km.
No Rio Grande do Sul: o Trem do Vale do Taquari vai unir a região à Serra Gaúcha a partir de fevereiro, cruzando as localidades de Dois Lajeados, Muçum, Colinas, Vespasiano Corrêa e Roca Sales, ligando Estrela e Guaporé, no percurso da antiga Ferrovia do Trigo. Serão 60km, com 33 túneis e 17 viadutos. O Trem dos Pampas, com 59km de trilhos, de Rio Pardo a Cachoeira do Sul, deve funcionar em abril.

DELÍCIAS MINEIRAS E VIOLEIROS A BORDO

O Trem das Águas, que liga São Lourenço a Soledade de Minas, percorre um caminho histórico. Pela ferrovia - construída há 115 anos, por operários e engenheiros ingleses -, Dom Pedro II e sua comitiva passavam sempre que o imperador buscava tratamento nas revigorantes águas medicinais da instância hidromineral mineira, ainda disponíveis no Parque das Águas.
Atualmente, o turista que decide percorrer a bordo da classe especial da maria-fumaça o percurso de dez quilômetros entre os dois municípios deve deixar de lado o café da manhã oferecido pelo hotel, para se deliciar, sem culpa, diante da farta da gastronomia mineira. O passeio inclui degustação de queijo Minas, provolone e doce de leite. Para beber, há suco de uva branca, vinho e, claro, uma saborosa cachaça regional. O privilégio das delícias locais não é encontrado na classe turística, onde os bancos dos passageiros não são acolchoados, mas o ingresso sai mais em conta.
A cultura regional está presente também na música sertaneja, com os "Violeiros do Trem das Águas". Entre uma música e uma degustação, a paisagem que passa pelas janelas reflete o cotidiano típico do interior, com casas simples, mata e rios limpos, que disputam espaço com a vegetação abundante. Bem conservado pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, a composição oferece conforto mas, por razões de segurança, a tripulação não permite o trânsito entre os vagões com a composição em movimento.
O tempo passa rapidamente e o trem logo chega a Soledade de Minas. A estação ferroviária é o principal ponto de encontro do município e tem contornos de shopping center: abriga pequenas lojas que oferecem todos os tipos de produtos. Comida típica, artesanato e lembrancinhas são os produtos mais procurados na parada de 40 minutos. Neste intervalo, os comissários invertem as posições das poltronas para que ninguém precise fazer de costas o caminho de volta. É preciso atenção: é comum pensar que embarcou no trem ou no vagão errado.

NO INTERIOR DE SÃO PAULO, O TREM DAS ONZE

Os cerca de 30 quilômetros que separam Campinas e Jaguariúna podem ser facilmente vencidos por estrada, através da SP-340, que não tem pedágios neste trecho. Mas a opção de fazer o percurso a bordo da charmosa Maria Fumaça que liga as duas cidades não é apenas uma tentativa de reconciliação com o passado ferroviário do país: trata-se também de um "ato político". A aglomeração começa bem antes do embarque na plataforma da estação Anhumas, ponto de partida da viagem. Parada na ferrovia, uma locomotiva de quase um século desperta os olhares dos passageiros e é usada para dezenas de selfies: em tempos de acelerada evolução tecnológica, é o passado que faz das redes sociais um museu de grandes novidades.
Quando o público que vai embarcar nos oito vagões puxados pela locomotiva já lota a estação, surge na plataforma o ponte-pretano Vanderlei Alves, gerente responsável pelo trecho, operado pela seção campineira da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF). Ele pede que os pais passem as crianças para a frente do trem, onde explica o funcionamento da caldeira, retrocede à primeira Revolução Industrial para detalhar o funcionamento da tração a vapor e mostra a areia transportada pela locomotiva para iniciar seu entusiasmado manifesto:
- No mundo inteiro, o trem possui dois adversários: ele não combina com a chuva e nem com a neve, porque a água e os flocos fazem o veículo perder aderência. A solução então é jogar areia por cima dos trilhos, e assim os carros de passageiros conseguem passar. No Brasil, o terceiro adversário habita a política: são os políticos que negligenciaram o transporte mais adequado para o país, e não é de agora. Eu pedi que trouxessem as crianças para a frente porque elas são o futuro, são nossa esperança de mudança.
A plateia, formada majoritariamente por turistas e entusiastas do transporte ferroviário que pagaram R$ 90 pelo passeio, aplaude o discurso e parte para o embarque. Os carros de passageiros dos trens de 1958 passaram por restaurações recentes e estão em boas condições, mas preservam as características originais e não têm ar-condicionado. Procure um dos assentos na janela: além de serem mais adequados para fotografias, oferecem um frescor relaxante e bucólicas paisagens rurais cortadas pelos trilhos da Estrada de Ferro Mogiana. Quando essa combinação, aliada ao balanço do trem, começa a provocar sono, o grupo Nostalgia Musical surge com clássicos da MPB. É impossível resistir e não cantarolar o sucesso obrigatório da viagem: o "Trem das onze".

CENÁRIO DE NOVELA

Entre uma música e outra, pausa para um brinde: o carro restaurante oferece água, refrigerantes e cerveja, além de salgadinhos. Tudo isto pode ser pedido também às elegantes ferromoças, que desfilam pelo trem com o inconfundível quepe vermelho da tripulação, quebrando a harmonia do percurso.
- Mas nós temos ferromoços também - descontrai Vanderlei, ao tentar apaziguar os ânimos de uma menina descontente com os olhares do companheiro, antes de ir buscar o único empregado da atividade e comprovar que falava a verdade.
A primeira parada do trajeto acontece no vilarejo campineiro de Tanquinho, um pouco depois da metade do percurso. No local, foram gravadas novelas de época da Globo como "Cabocla", "Sinhá moça", "Terra nostra" e "Rei do gado". Nos dias úteis, a estação oferece uma curiosa exposição de telefones antigos. De volta ao trem, as paisagens do Brasil do século XIX parecem se repetir na próxima parada, Desembargador Furtado. O percurso cruza também outras duas estações, Pedro Américo e Carlos Gomes. À espera de patrocínio para reformas, elas não recebem paradas.
Não se perde muito tempo em Jaguariúna: a estação da cidade famosa pelo rodeio que costuma acontecer em setembro, é também seu principal centro cultural. Ali, há uma tradicional feira de artesanato, ideal para comprar lembranças, um museu ferroviário com exposições permanentes e bons restaurantes a preços justos. E é neste exato momento que o feijão carioquinha servido à mesa nos lembra que estamos em São Paulo: é a saudade, que chama para fazer o caminho de volta.

SERVIÇO

CURITIBA:

Serra Verde Express: Saídas de Curitiba, sempre às 9h15m. Bilhetes a R$ 328 por trecho. Reservas pelo telefone (41) 3888-3488. Consultar datas no site: serraverdeexpress.com.br.
Hotel Deville Business: Diárias para casal a partir de R$ 649. Rua Comendador Araújo 99, Batel, Curitiba. Reservas: 0800-703-1866. deville.com.br.

SÃO LOURENÇO:
Trem das Águas: Estação São Lourenço: Praça Ismael de Souza 9, Centro. Saídas: sábados às 10h e às 14h30m, e domingos, às 11h. Bilhetes: R$ 50 na classe turística e R$ 65, classe especial. abpfsuldeminas.com.
Hotel Central Parque. Diárias a partir de R$ 219. Rua Doutor Mello Vianna 28, Centro, São Lourenço. hotelcentralparque. com.br.

CAMPINAS:
Maria Fumaça de Campinas: Estação Anhúmas, na Rua Dr. Américo Duarte da Conceição 1.501, Jardim Madalena, Campinas. Saídas de Campinas aos sábados, às 10h10m e às 15h, e aos domingos, às 10h10m, 14h30m e 16h30m. Bilhetes a R$ 90. mariafumacacampinas. com.br.
Stelati Hotel: Avenida dos Ipês 826, Roseira de Baixo, Jaguariúna. Telefone: (19) 3514-6500.
Stéfano Salles viajou a convite do programa "Trem é Turismo".

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Trens da SuperVia são alvos de ataques de vândalos

Um dos principais meios de transporte do Rio é alvo constante de ações de vandalismo. Trens da SuperVia costumam ficar fora de operação por conta de pedradas no para-brisas, destruição de janelas e roubos de cabos de energia.
O para-brisas de um dos trens tinha 33 marcas de pedradas. A peça de R$ 20 mil, que deveria durar 35 anos, não resistiu a dois meses de uso. O processo para substituição demora dois dias - durante esse período, a composição deixa de circular, prejudicando o transporte de 2,4 mil passageiros.
Fica até difícil de imaginar ou conceber esses atos de vandalismo. É uma depredação do patrimônio público, é colocar em risco a vida de outras pessoas. É muito difícil imaginar o que leva uma pessoa a pegar uma pedra e, a troco de nada, arremessá-la contra um trem, disse o diretor de Operação e Manutenção da SuperVia, Alexandre Jacob.
Segundo dados da SuperVia, no passado 53 para-brisas foram atingidos por pedras e outros 47 acabaram pichados.
Ainda e acordo com a concessionária, em 2019, 298 janelas visores foram destruídos - 112 ocorrências a mais que em 2018.
A segurança ferroviária é uma atribuição do Estado - mantemos parceria com a polícia. Mas apesar de todo o esforço para nos atender, o efetivo é muito pequeno: são cerca de 90 policiais para cuidar de 270 quilômetros de ferrovias e mais de 100 estações, enumerou Jacob.
Em 2019, a SuperVia também registrou o furto de 7.147 metros de cabos de energia e sinalização - equivalente a mais de 10 vezes a extensão da passarela do samba, na Marquês de Sapucaí. Treze pessoas acabaram presas.
O gasto total da SuperVia com furtos e vandalismo chegou a R$ 10 milhões. O prejuízo maior, no entanto, fica para o usuário.
A população precisa entender que, quando ela depreda um trem, está prejudicando ela mesma, argumentou Jacob.
Violência Não bastasse a depredação, os trens da concessionária tiveram a circulação interrompida por 70 horas ao longo de 2019 por conta de tiroteios nas ferrovias.
Os ataques a trens e os roubos de cabos são delitos de difícil prevenção porque partem do princípio da oportunidade. O criminoso espera o momento oportuno para poder agir. Por isso, procuramos fazer ações pontuais baseadas em dados de inteligência, argumentou o major Wagner Marques, comandante do Grupamento de Polícia Ferroviária da Polícia Militar.
Ele admitiu que gostaria de ter mais policiais no efetivo do grupamento, mas explicou que o trabalho de prevenção a crimes não é feito apenas pelo sua unidade.
As linhas ferroviárias atravessam as áreas que estão sob responsabilidade de outros batalhões. Nossas ações são feitas em conjunto com essas unidades.



terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Governo quer dobrar transporte de cargas em ferrovias

Em mais uma rodada de encontros com empresários, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, disse que o governo finalizou o planejamento e já está executando seu plano que pretende dobrar o percentual de cargas transportadas por trens no País, nos próximos oito anos. “O transporte de passageiros virá num segundo momento, de acordo com estudos de demanda e não por ‘achismos’”, garantiu.
Na palestra que proferiu para alguns dos maiores empresários do País, Gomes de Freitas disse que: “O transporte ferroviário no Brasil padece de muitas mazelas, dentro e fora das cidades. Mesmo nos maiores centros urbanos, há baixíssima cobertura geográfica de modalidades como o metrô e dos veículos leves sobre trilhos ou VLT. Fora dos municípios, a malha para o transporte de carga é ultrapassada e limitada. No setor de passageiros, quase inexistente”, criticou.
Estudo da Confederação Nacional da Indústria mostra que cerca de 30% dos trilhos no País estão inutilizados e que 23% não têm mais condições de operar. Dos 28 mil km da malha ferroviária nacional, 8,6 mil km não estão em uso.
Desde 2001, o fluxo transportado por trens teve crescimento médio anual de 3,8%, mas quase que exclusivamente em razão da expansão do transporte de minério de ferro.
No transporte inter-regional de passageiros, os dois únicos serviços regulares em operação (Vitória-Minas e Carajás) deslocam apenas 1,2 milhão de pessoas por ano. Como comparação, a norte-americana Amtrak atende 32 milhões.
Entre seus maiores problemas em todas as regiões do País são projetos mal feitos, e fica evidente que quem planejou e projetou não pensava na integração. De fato, a linha de trem não chega aos terminais de aeroporto, nem às rodoviárias, obrigando os usuários, carregados de malas a tomarem um ônibus para completar o trajeto. Centenas de milhões de reais deverão ser gastos para reparar o imperdoável erro de concepção da maioria das grandes cidades.
Em Cuiabá (MT), outro exemplo de descaso é o abandono das obras do VLT que ligaria o centro da cidade ao Aeroporto Marechal Rondon. Prevista para terminar em 2014, a obra foi abandonada e, em seu percurso, restaram esqueletos e entulho que afugentaram o comércio e atrapalham o trânsito.
Em grave crise fiscal e com investimentos no mínimo histórico, o poder público no Brasil não pode mais se dar o luxo de tocar obras desse tipo, sem viabilidade financeira ou com projetos descabidos.
Cidades como Belém, por exemplo, a capital mais populosa do Norte, não consegue equacionar seus graves problemas de mobilidade urbana. O caos impera diariamente na Região Metropolitana, com uma malha de transporte público deficiente, com projetos de qualidade duvidosa e que se arrastam há anos para serem concluídos. O resultado reflete na balança comercial e no resultado do PIB do Estado que avança aos trancos e barrancos.
Cargas e depois passageiros
Tarcísio ainda disse que estão sendo buscadas soluções criativas para contornar a falta de recursos e tirar os projetos do papel. “Nós vamos fazer ativos sem depender de orçamento”, destacou.
Como exemplo, ele afirmou que parte da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste, que deverá escoar a produção de grãos da região, deverá ser construída pela mineradora Vale como contrapartida pela renovação do contrato de concessão da Estrada de Ferro Vitória-Minas. “Aquela outorga que você ia pagar para o Tesouro, você vai construir uma ferrovia, vai me entregar o ativo pronto”, enfatizou Freitas sobre o acordo.
Novos modelos
O ministro comentou ainda que vão ser preparados os modelos de acordo para encerrar os contratos das concessionárias de estradas e aeroportos que enfrentam dificuldades financeiras.
“A gente tem que fechar com o mercado a metodologia para indenizar os investimentos não amortizados. A gente quer estabelecer acordos, e acordo tem que ser bom para todo mundo. Eu tenho que criar os incentivos para aquele concessionário aderir ao acordo”, disse o ministro a respeito da estratégia para romper os contratos antes do fim do prazo de vigência.
Entre as concessionárias que já demonstraram interesse em devolver os ativos está a administradora do Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), e da BR 040, que passa por Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais.
Segundo o ministro, as empresas apresentaram problemas tanto pelo modelo de licitação, como pelo envolvimento de alguns empreendedores em casos de corrupção descobertos pela Operação Lava Jato.
“Nós temos um problemaço para resolver, que são aquelas concessões que deram errado. Deram errado por problema de modelagem. Em algum momento, a ideologia substitui a aritmética. Quando isso acontece, as coisas não dão certo”, ressaltou.
A ideia é fazer aditivos nos contratos para manter as rodovias e aeroportos em bom estado e funcionando até que seja possível passar os ativos para outros empreendedores. “Manter esses ativos operando para que a gente consiga estruturar novas concessões, em novos parâmetros”, finalizou.
Fonte: Blog do Zé Dudu, 16/01/2020

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

VLT Carioca: Odebrecht está impedida de cobrar crédito de R$ 20 milhões

Uma das acionistas do VLT Carioca, a Odebrecht não poderá protestar extrajudicialmente uma dívida de R$ 20 milhões que deveria ter sido paga pelo consórcio no dia 31 de dezembro. A 2ª Vara Cível do Rio atendeu ao pedido do VLT, que alega não poder distribuir nenhum valor aos acionistas até atingir um determinado índice do financiamento, de R$ 746 milhões, feito com BNDES, em julho de 2015. Caso a Odebrecht descumpra a ordem, terá de pagar multa mensal de R$ 1 milhão.




quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Carioca é quem passa mais tempo no transporte público

O Rio de Janeiro é a cidade do Brasil onde o cidadão mais perde tempo no transporte público. Pelo menos 11% dos deslocamentos feitos na capital duram mais de duas horas. É o que aponta um levantamento feito pela Moovit, empresa especializada em mobilidade urbana.
A pesquisa levou em consideração os deslocamentos feitos por ônibus, VLT, metrô, trem, barca, teleférico e plano inclinado. No ranking mundial, o Rio de Janeiro figura na terceira posição, ficando atrás de Istambul, na Turquia (72 minutos), e da Cidade do México (69 minutos). Em Recife e São Paulo, o tempo médio é de 62 minutos.
A Moovit também registrou que o tempo médio de espera por um transporte público no Rio de Janeiro é de cerca de 17 minutos.

Lançamento do livro: Metrô 40 - anos de história

O vice-presidente Técnico-Cultural e de Preservação Ferroviária da AENFER  Helio Suêvo, compareceu no dia 13 de janeiro no lançamento do livro da ex-engenheira do Metrô RJ Ângela França Pedrinho, intitulado “Metrô  40 anos de história – da gestão pública à iniciativa privada”.
O lançamento do livro aconteceu em Ipanema, na Estação do Metrô de General Osório.


terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Escola de Idiomas oferece 50% de desconto aos associados da AENFER



Informamos aos nossos associados que a Escola de Idiomas 4Me está com uma promoção no curso para alunos novos e oferece 60% de desconto na taxa de matrícula para quem se matricular até o dia 10/02. 
Corra e garanta essa oportunidade!

4Me é uma das parceiras da AENFER



sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

URGENTE: REFER

A Diretoria da AENFER emite nota sobre o caso da Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social – REFER e diz que está acompanhando o que vem acontecendo com aquela entidade. 
A Diretoria da AENFER diz, em nota, que está preocupada com os rumos e que a situação pode ser danosa aos participantes.
Veja abaixo a posição desta Associação:

quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Nova Diretoria e um terço dos Conselhos tomam posse na AENFER

O ano de 2020 começou diferente para a AENFER. Ao longo da história da Associação, cuja posse de Diretoria e Conselhos se davam no mês de setembro, esse ano, devido a mudança do Estatuto,  a cerimônia aconteceu no dia 07 de janeiro.

A mestre de cerimônia Telma Regina Jorge da Silva, que se despede da Diretoria Social, conduziu o evento.

A mesa foi composta pela presidente da AENFER, Isabel Cristina Junqueira de Andréa e pelo presidente da AEEFL Almir Ferreira Gaspar, presidente do CREA-RJ Luiz Antonio Cosenza, diretora Vogal da AARFFSA Lídia Maria Martins Gonçalves e o assessor do deputado federal Carlo Caiado, Ricardo Lafayette.

Na Direção Colegiada, 2020/2021, tomaram posse a engenheira  Isabel Cristina Junqueira de Andréa, dando continuidade ao seu trabalho na qualidade de presidente e os vice-presidentes, engºs Aldo Paschoal Gama Signorelli, Alexandre Julio Lopes de Almeida, Fernando José Alvarenga de Albuquerque, Helio Suêvo Rodriguez, Marcelo Freire da Costa e o analista de Sistemas Marco Henrique de Araújo.

Também foram empossados um terço dos Conselhos Deliberativo e Fiscal. Dos conselheiros Efetivos, tomaram posse os engºs: Gabriel de Souza Lino, João Bosco Setti, Lilian Borges Scuett, Therezinha Maria Denys Maia de Magalhães e Antônio Gonçalves Marques Filho e José Roberto Martins Pataro.
Os conselheiros Especiais que tomaram posse foram o advogado Marcelo do Valle Pires, administrador Odorico Francisco de Oliveira e o analista de sistemas organizacionais Luiz Fernando D. Aguiar. Pelo Conselho Fiscal, tomou posse o economista Aldo de Souza.

O conselheiro mais votado Gabriel Lino discursou em nome dos conselheiros Efetivos.
Ele disse que gostaria de trazer otimismo, mas o cenário está bastante nebuloso, pois não estão muito claras as diretrizes do atual governo para o modal ferroviário e por outro lado, a participação de nossos colegas, está muito desanimada e pouco participativa. Ele frisou que a AENFER continua lutando, mas precisa da participação de nossos associados, comparecendo às atividades aqui realizadas e cobrando medidas que possam dar melhores rumos para os ferroviários. Marcelo Pires, que discursou em nome dos conselheiros Especiais também concordou com o colega sobre a importância da participação de todos. Ele acredita que 2020 será melhor.

A cerimônia foi finalizada com o discurso de posse da presidente Isabel Junqueira, conforme abaixo:

“Desejo externar meus agradecimentos a todos que fizeram a AENFER no mandato que hora se finda, a meu vice-presidente, diretores, empregados, associados, parceiros e voluntários.
O resultado do nosso trabalho nos leva a reassumir esta Casa pelos próximos dois anos.
Nós, ferroviários, somos uma categoria diferenciada das demais porque temos duas leis especiais que nos complementam, ou deveriam complementar a nossa aposentadoria e uma Fundação de Seguridade Social, a REFER, pelas quais pautamos e deveremos pautar a nossa luta, pois é o que nos sobra após o desmantelamento da Rede Ferroviária Federal S.A.
Devemos pertencer a uma associação de classe para que possamos defender nossos lídimos direitos tão achincalhados nos últimos anos, principalmente pelo DEPEX, Departamento de Órgãos Extintos.
Nossas reivindicações junto àquele Órgão são constantes e temos que perseguir os resultados.
Colegas continuam trabalhando porque não lhes é concedido o que é de direito e outros se aposentaram com remuneração aviltada.
Nossa REFER tem sido objeto de especial    atenção por parte desta Associação. Desde 2018, quando a Fundação foi exposta na mídia por lamentáveis acontecimentos, a AENFER tem encaminhado suas observações ao Conselho Deliberativo a respeito de importantes assuntos, tais como:
- Processo seletivo de escolha da diretoria executiva.
- Elevado custo administrativo.
- Falta de transparência com relação aos dados de interesse dos participantes.
- Perspectivas de recebimento da dívida da União para com a CBTU.
- Perdas em investimentos.
- Revisão do Estatuto.
- Disponibilização das atas do CODEL e do COFIS, a exemplo do que fazem outros órgãos públicos.
Dentre outros objetivos pugnamos pela retomada do transporte sobre trilhos e a preservação do patrimônio e a memória ferroviária.
Fazemos parte da Frente Parlamentar Rio nos Trilhos que visa a implementação de trens de passageiros em alguns trechos com maior viabilidade.
Cerramos fileiras com a Secretaria Estadual de Transporte do Estado visando a obtenção de parte dos recursos oriundos da multa a ser paga pela VLI (antiga FCA) para que sejam destinados à construção de linhas em nosso Estado.
Assim reveste-se de suma prioridade que o ferroviário compreenda a importância de participar de associações ou sindicatos que possam defendê-los e a ferrovia como um todo.
Exorto, portanto, que venham se juntar a nós nessa busca incessante de uma situação melhor para a categoria e para o nosso País que necessita de mais e melhores ferrovias para se desenvolver.
Que Deus nos ilumine a todos!”

Após o evento, a AENFER ofereceu ao público presente um coquetel, realizado no Espaço Cultural Carlos Lange de Lima, 7º andar, para celebrar o novo momento que se inicia.

Engenheira Isabel assina o livro de posse 

Presidente da AEEFL Almir Ferreira Gaspar, presidente do CREA-RJ Luiz Antonio Cosenza, presidente da AENFER Isabel Cristina Junqueira de Andrea, diretora Vogal da AARFFSA Lídia Maria Martins Gonçalves e o assessor do deputado federal Carlo Caiado, Ricardo Lafayette.



EngªTherezinha Maria Denys Maia de Magalhães


Diretoria Colegiada da AENFER


Engº Gabriel de Souza Lino

Conselheiros Odorico Francisco Filho, Aldo de Souza, Marcelo Pires, Gabriel Lino, Bosco Setti, Lilian Scuett e Therezinha Magalhães

Mestre de Cerimônia Telma Regina Jorge da Silva


Engª Lilian Borges Scuett

Público da AENFER 



Conselheiro Especial mais votado, Marcelo Pires, em seu discurso de posse

Conselheiro Efetivo mais votado em seu discurso de posse

Presidente do CREA-RJ Luiz Antônio Cosenza, conselheiro Fiscal da AENFER Aldo de Souza, vice-presidente Alexandre Almeida e o presidente da AEEFL Almir Ferreira Gaspar   









TRENS: Transporte Rápido, Ecologicamente correto, Não poluente e Seguro

No dia 30 de abril estaremos comemorando os 168 anos de inauguração da primeira Ferrovia do Brasil, a Estrada de Ferro de Petrópolis da Impe...