O saudoso Betinho aparece em flashes nas TVs, exultando que: “uma coisa é fazer história e a outra é contar a história.” Diz
o antigo ditado: “Quem conta um conto, aumenta um ponto.” A recente história do
Golpe Militar de 64, até agora sabe-se que foram muitos os atingidos e
desaparecidos, “no tempo e no espaço” e cada um dá a sua versão de como tudo se
passou teria se passado. A verdade verdadeira ainda está por vir à tona. É só
esperar!
Nesse passo, esta semana, tivemos as manifestações do
presidente Jair Bolsonaro, dizendo que sabe muito sobre os anos de chumbo. Veio à baila o nome do deputado
Fernando Santa Cruz, pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz. O genitor de
Felipe desapareceu, naquele período da
ditadura, sabe-se lá como foi. O ex-capitão promete esclarecer tim tim por tim
tim, se for este o desejo do jurista-presidente da OAB. Há um universo de
sentimento filial e outro de solidariedade da sociedade brasileira, a partir do
surgimento do disse me disse
indesejável.
O confrade usa o instituto da interpelação judicial junto ao
STF, na esteira da obrigação de fazer, pois esta celeuma
está tomando um mau caráter no contexto político, no reino de nossa democracia,
que alguns tentam vilipendiá-la, e via de consequência, enfraquecê-la,
inexplicavelmente.
Também ex-atingido e
advogado, estou curioso para que as “coisas” se esclareçam. Mais do que eu,
milhões aguardam o desfecho deste episódio. Para pôr um ponto final nessa
novela necessário se faz que conheçamos a versão Bolsonaro, relativamente ao
acontecido ao Fernando Santa Cruz e outros. Ninguém, mas ninguém pode falar
sobre esse “status quo” se não tiver conhecimento de causa. O filho quer saber
sobre o paradeiro de seu genitor saudoso.
Por ocasião do “impeachment” do ex-presidente Collor, a OAB, a
ABI e um punhado de muitas outras entidades civis manifestaram-se de forma veemente e deu no que
deu, o que todos sabem de cor e salteado.
O governador por São Paulo, quando mais jovem também passou
pelo desabor de seu pai, também deputado federal desapareceu durante o golpe
militar de 64. João Dória deplorou a fala do presidente Messias, que deveria
estar se ocupando na resolução dos grandes problemas que afligem o País, com
uma gestão eficaz.
A democracia e o povo não podem estar vivendo este clima de
instabilidade político-emocional. Registre-se a existência da Comissão Nacional
da Verdade foi formada com a presença de militares de alta patente. O
presidente Jair não pode ignorar, portanto, é uma Comissão de
credibilidade da sociedade.
Merval Pereira, em sua coluna em O Globo (31/07) afirma:
“Bolsonaro está levando o governo brasileiro como se estivesse em uma mesa de
botequim, ou no Twitter, ou outro meio
digital.” Em outro espaço lê-se: “Bolsonaro ainda não assumiu a Presidência.”
Na 4ª página, numa entrevista ao jornal diz o Messias: “Sou
assim. Não tem estratégia. Se tivesse preocupado com 2022 não dava essas
declarações. O dia que não apanho da imprensa, eu até estranho.”
Espera-se que a outra Comissão Especial sobre Mortos e
Desaparecidos Políticos (CEMDP) peça que Bolsonaro traga à tona maiores
explicações sobre a entrevista concedida
recentemente.
Esta situação nebulosa é indesejável sobre todos os aspectos,
pois não leva a nada e nem a lugar nenhum; só serve para trazer intranquilidade
para a população, que quer recuperar a economia, mais emprego, saúde, educação
segurança, menos armas, seguridade social e uma gama de outros benefícios de
que é merecedora.
O Brasil precisa de paz de criança dormindo, lembrando
Dolores Duran.
Verdade é que, a fala de Bolsonaro sobre desaparecidos na
ditadura causa repúdio até de aliados, o que significa dizer, que ele deve ater-se ao ditado: “A fala é prata e o
silêncio é ouro. Presidente, “fermè la buche” e ficamos combinados assim!
Associado da Aenfer: Genésio Pereira dos Santos/Advogado/Jornalista/Escritor
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