Após a
Supervia descumprir uma determinação da Agetransp, agência que regula serviços
públicos concedidos de transportes aquaviários, ferroviários, metroviários e de
rodovias, a agência estuda aplicar uma multa à concessionária. Em nota, o
conselho diretor "determinou a apuração de responsabilidade e possível
aplicação de penalidade pelo descumprimento da deliberação interna", de 24
de setembro, que suspendeu as alterações operacionais nos ramais Deodoro, Santa
Cruz, Japeri e Belford Roxo, sem aprovação prévia da agência.
Desde a última terça-feira, os trens de Deodoro deixaram de
circular às 21h, uma hora mais cedo, e composições que vão para Japeri ou Santa
Cruz deixaram de ser expressas, a partir do mesmo horário. Já os trens de
Belford Roxo passaram a ser "semiexpressos". No entanto, a Agetransp
determinou a suspensão das medidas operacionais.
A SuperVia informou que as mudanças implementadas "são
frutos de estudos técnicos detalhados que comprovam benefícios a milhares de
passageiros e entende que a Agetransp extrapolou suas atribuições, desprezando
a presunção de expertise da concessionária". Além disso, discorda da forma
como a Agência decidiu sobre a suspensão das mudanças: "A SuperVia jamais
fez ou fará mudanças com o propósito de prejudicar seus passageiros, até porque
depende deles para crescer e levar adiante o programa de melhorias do
serviço", diz a nota.
Ainda de acordo com a concessionária, mudanças operacionais
são frequentes no sistema ferroviário para melhor atendimento da população e
"nunca foram alvo de decisões rasas como a deste 25/09".
A polêmica chegou até a Assembleia Legislativa do Rio
(Alerj). Nesta terça-feira, o presidente da Comissão de Transportes, deputado
Dionísio Lins (PP), entrou com uma ação na Promotoria de Tutela de Defesa do
Consumidor do Ministério Público (MP) pedindo a suspensão e até possível
cassação da concessão de serviços da Supervia.
- Sinceramente não entendi a posição do presidente da
SuperVia indo de encontro a empresa reguladora do serviço. Reduzir o horário
das composições uma hora mais cedo nesses ramais é, na verdade, um grande
constrangimento para as milhares de pessoas que diariamente utilizam esse
transporte para irem trabalhar e estudar.
Para ele, a empresa não pode alterar os horários por conta
própria.
- Hoje, moradores daquela região têm o trem como um
transporte rápido e dentro da sua realidade. Imagine essas pessoas tendo que
pegar um ou dois ônibus para concluírem a viagem? Isso com certeza vai afetar
suas finanças dentro do mês - afirma Dionísio Lins.
Fonte: https://oglobo.globo.com/rio/, 02/10/2019
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