quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Trem sem horário: por mês são registrados 108 atrasos apenas no ramal de Saracuruna

Dados da Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transporte Coletivo (Agetransp), obtidos através da Lei de Acesso à informação, revelam que os usuários de trens da Baixada Fluminense foram os que mais sofreram no Rio com o registro de atrasos não justificados e supressões (cancelamentos de partidas ou interrupção de circulação) nos últimos seis meses. Neste último quesito, o ramal de Gramacho (que liga o bairro de Caxias à Central do Brasil) ocupa o primeiro lugar no ranking geral, com 576 supressões registradas entre janeiro e junho de 2019.
Em segundo lugar, está o ramal de Saracuruna, que faz a ligação por trilhos até a estação de Gramacho. Só neste trecho, foram registrados um total de 481 interrupções de circulação ou cancelamentos de partidas. Em terceiro lugar aparece o ramal de Belford Roxo, com 478 supressões. Em seguida surgem os ramais de Deodoro e Santa Cruz, que circulam apenas no município do Rio. No quesito falta de pontualidade, os números também não são animadores na Baixada. Saracuruna, Japeri, Gramacho e Belford Roxo ocupam, respectivamente, o 3º, 4º, 5º e 6º lugares no ranking geral dos atrasos.A rotina de atrasos e interrupções não é novidade para quem mora na região e depende do trem para ir e voltar de algum lugar.
- O trem precisa ter um horário certo que não atrase - defende o auxiliar de mecânica Wilson de Souza, que costuma usar os trens do ramal de Gramacho.As universitárias Vanessa Alves e Adriana Carvalho usam o mesmo ramal para ir até Bonsucesso, onde fica a universidade que frequentam. Em dias de prova, elas saem de casa uma hora mais cedo do que o horáro normal para não perder a avaliação.
- Usamos o trem de segunda-feira à quinta-feira. Ele está quase sempre atrasado. Em dias de prova, temos que embarcar pelo menos uma hora mais cedo. Além disso , há poucos trens e muitos passageiros - dizem as duas estudantes.
A SuperVia dificilmente será punida pela Agetransp por conta dos registros de atrasos e interrupções ocorridas entre janeiro e junho de 2019. É que o contrato de concessão prevê que a concessionária tenha obrigação, por exemplo, de ter um índice mínimo de 83% de pontualidade. Já para as supressões, a tolerância é um pouco menor. A obrigatoriedade de viagens programadas complementadas é de 85%.
A Agetransp informou que ainda está analisando os registro dos últimos seis meses para saber estão dentro dos limites estabelecidos no contrato. Já a SuperVia ressaltou que cumpre os índices de pontualidade e regularidade previstos no contrato de concessão.
Em nota, a concessionária informou que trabalha diariamente para melhorar cada vez mais os seus serviços. E que tem investido na renovação da frota e no reforço dos trabalhos de manutenção, para reduzir o número de ocorrências com os trens. Segundo a concessionária, em 2011, os trens apresentavam avarias a cada 23 mil quilômetros rodados. Atualmente, esses trens viajam por aproximadamente 691 mil quilômetros sem apresentar qualquer tipo de falha.
O documento informa ainda que todos os trens passam por vistorias técnicas diárias antes do início da operação para que circulem adequadamente. Apesar do relatório da Agetransp ressaltar que os atrasos registrados não apresentaram justificativas, a exemplo das supressões, a concessionária alegou que a circulação é frequentemente impactada por fatores externos, como furtos de cabos, e atos de vandalismo contra as composições. De acordo com a SuperVia, de janeiro a junho de 2019, foram registrados por exemplo, 47 furtos de cabos no sistema ferroviário do Rio de Janeiro.

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