RIO - O Ministério Público Federal (MPF)
pediu à justiça, nesta terça-feira, que o governador Wilson Witzel seja
intimado a prestar esclarecimentos sobre o que será feito com o prédio
histórico da Estação Leopoldina. Depois da reportagem publicada pelo GLOBO na
última quinta-feira, em que o secretário estadual de Cultura Ruan Lira afirma
que o governo do estado irá revitalizar o patrimônio, o MP quer medidas concretas
para acabar com o problema de abandono.
O
procurador da República Sérgio Suiama solicitou que, em um prazo de 20 dias,
Witzel explique o que será feito com o imóvel, comprove que o governo estadual
pode realizar todas as intervenções informadas, já que 50% do edifício pertence
à Secretaria de Patrimônio da União, e apresente reservas orçamentárias e
projetos que viabilizem esta nova solução.
Além
da revitalização do espaço, a nova proposta - a terceira num espaço de um ano -
é abrigar um Museu do Trem e atividades culturais abertas ao público. Em
2018, o estado chegou a firmar um termo de compromisso com o Tribunal de
Justiça do Rio (TJRJ), que recuperaria a Estação Leopoldina para ocupá-la com
departamentos do órgão. Segundo a Secretaria de Transportes, houve desistência.
O TJ confirmou que abriu mão da cessão após considerar que não compensaria
fazer o investimento. Depois, a Secretaria de Transporte pretendia
transformar o local em um terminal de embarque e desembarque de
passageiros do transporte ferroviário metropolitano, plano que também acabou
naufragando.
O
governo estadual se pronunciou dizendo que tem grande interesse na restauração
devido a importância arquitetônica do prédio, o papel histórico fundamental da
Estação Leopoldina e o fato de o Rio de Janeiro possuir grande parte do
patrimônio cultural ferroviário do Brasil.Muitas promessas e poucos acordos
fazem a imponente construção, tombada pelo Iphan e pelo Inepac, na Avenida
Francisco Bicalho, uma das principais vias do Centro, estar ofuscada pelo
abandono. Hoje, até mesmo a rede de proteção que cobre o prédio está em
más condições. A fachada está coberta por pichações e, próximo ao portão, há
garrafas de vidro espalhadas pelo chão e um forte cheiro de urina.
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